domingo, janeiro 21, 2007

Finalmente, a questao do REFERENDO DO ABORTO

«Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?»

SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM

Já pensei e repensei, e não encontro nenhuma razão plausível para votar NÃO!

E antes de continuar, aviso já que este blog e meu, quem manda aqui sou eu, o fórum esta aberto, aceito comentários que vão contra a minha opinião, mas não aceito qualquer tipo de insultos pessoais contra a dona do blog ou outros comentadores. E quem estiver já enfunado, faca favor de fazer meia volta e volver, que quem por aqui para, para por livre e espontânea vontade, que eu cá não obrigo ninguém, entendido?

Então e porque o SIM?

1. SIM porque as mulheres que decidem abortar – decisão pessoal que cabe a cada uma, e não diz respeita a mais nenhuma mulher que não a envolvida - tem direito de o fazer com saúde e sem prejudicar a sua vida

2. SIM porque as mulheres que decidem abortar tem direito de o fazer na legalidade, e não de o fazerem as escondidas estando assim sujeitas a processos crime.

3. SIM porque o sistema penal Português já e a GRANDE MERDA que e, não vale a pena estar a gastar dinheiro com casos destes, em que as envolvidas já foram suficientemente traumatizadas pelo acto e pela decisão em si. Vale mais condenar pedófilos e traficantes de droga, políticos corruptos e coisas que tais

4. SIM porque se entrarmos em argumentos de moralidade, digo-vos já que moralidade cada um tem a sua, os que são contra o aborto – o acto em si – ficam na mesma com o direito de exercerem essa sua moralidade se o aborto for legal, enquanto que se votarem nao estao a infringir a liberdade alheia

5. SIM porque legalizar o aborto não tem nada a ver com ser contra ou a favor do acto em si. Conhecem alguém que seja a favor do aborto? EU não! Mas conheço muita gente que tenha abortado! Não se questiona o aborto mas sim a penalização do mesmo.

6. SIM porque quando uma mulher vai a uma carniceira fazer um aborto, e depois corre mal – o que acontece muitas vezes - se se dirigir a um hospital publico português e-lhe muitas vezes recusado tratamento. “Va la ao gajo que lhe fez isso, pra ele agora a arranjar” e o que ouvem muitas vezes. Sim, eu conheço casos destes, e nao conheco so um caso, infelizmente...

7. SIM porque o aborto continuara a existir que seja legal quer não. Tal como a prostituição e as drogas. Trata-se de aceitar que esta e uma realidade do Mundo em que vivemos, e deixar de veleidades que levam a pensar que um dia alguém ira erradicar o aborto. Ate já há bispos católicos que falam oficialmente de preservativos – porque a SIDA, tal como o aborto, existe, e não há que fechar os olhinhos. Nao ha pior cego que aquele que nao quer ver...

8. SIM porque quem tem dinheiro faz o aborto com segurança. Vai a Espanha. Ou vai a Av da Boavista ao Dr D (pelo menos há 15 anos ia-se e pagava-se 100 contos em notas). São as que não podem pagar, as que não tem conhecimento nem condições, essas sao as que merecem o voto do sim e as que serao mais afectadas pelo resultado.

9. SIM porque estou farta de viver num pais de hipocrisias. Em que Ai-que sou tão-catolica que vou votar contra o aborto, mas depois vou ali a um certo sito fazer um, porque agora não me da muito jeito ter este filho. Destas conheco eu muitas. Algumas casadas com medicos. QUase todas com cursos superior....

10. SIM porque essa cambada de médicos que anda prai a fazer abortos, tem que pagar impostos. Se eu pago, eles que o paguem também. E num pais em que reina a invasao fiscal. este argumento e bastante importante.

11. SIM porque trazer uma criança ao Mundo, quando não há qualquer tipo de vontade de ter essa criança, quando essa criança vai ser violada, violentada, fragilizada pelos próprios pais e familiares, então pergunto-me eu própria se essa criança devia ter nascido. Porque isso, pra mim, não e vida.

12. SIM porque vivemos numa época em que há liberdade de escolha e democracia. E legalizar o aborto não impede que os que se opõe se continuem a opor exercendo a sua vontade, mas permite aos outros que exerçam também a sua vontade com saúde, segurança e sem estigmas sociais.

13. SIM porque apesar de algumas dizerem que não há condições para isso nos hospitais portugueses, essas condições não ideais são melhores que as condições dos carniceiros e carniceiras que prai andam.

14. SIM porque uma criança de 12 anos que fica grávida e nem a criança pode ter, e muito provavelmente terá a sua vida e saúde arruinada (não, uma catraia de 12 anos não tem corpo desenvolvido pra dar a luz, not just yet!

15. SIM porque o preco que os do nao dizem que a legalizacao do aborto vai custar ao sistema nacional de saude esta claramente inflacionado. Mais dinheiro custa tratar quem tem problemas de saude com abortos clandestinos, e mais dinheiro custam as vidas das criancas nao desejadas e por isso violentadas, criancas que nunca crescerao e nunca realizaram o seu potencial maximo nesse pais. (ia dizer neste pais, mas eu nao estou ai....)

15. SIM porque apesar do aborto não ser um anticoncepcional, e apesar da educação sexual em Portugal ser uma grande merda, há por vezes que evitar males maiores. Eu lembro-me da Paula, que com 15 anos andava as cambalhotas com o namorado. A mãe da Paula soube e deu-lhe uma rabecada. Levou-a ao ginecologista e disse que a filha não precisava da pílula, que tinha prometido não voltar a fazer! Um tempo depois la foi a Paula ao Dr D, com cem notas, tratar do assunto. Disse a mãe que tinha ido dormir a casa duma amiga. A Paula era do meu circulo pequeno de amigos, uma miúda com educação e posses. Obviamente que também muito ingénua!

Eu ca nunca fiquei grávida. Eu ca nunca sequer pensei ou duvidei que estivesse grávida. Obviamente que não abortei. Mas conheço quem tenha abortado e tenha votado NÃO no ultimo referendo. Isso, desculpem la, mas eu ca não aceito. Como disse a MMDU, se todos as gaijas que abortaram e todos os gaijos que pagaram os abortos fossem votar SIM, este referendo passava.

Não quero voltar pra Portugal. Não tenho qualquer desejo disso. Mas se um dia voltar, gostava de saber que se uma filha minha tiver um incidente e não estiver certa, se ela não quiser ter a criança, nesse dia, se ele chegar (Deus queira que nunca chegue), quero saber que a posso levar a um sitio qualquer em Portugal e resolver o assunto. Resolve-o sem criar outros problemas piores.

Nao percebo muito bem a razao deste referendo. Nao percebo porque e que um governo eleito nao tem tomates pra tornar um projecto destes em lei. Quando foi pra subir o IVA ninguem ceio ca com referendos. Fizeram e acabou, e quem se fode e o mexilhao. Agora, com o aborto, ninguem tem tomates. Oh Pa, nao e pra isto que a gente elege um governo, pa! Cambada de bananas. E como contratar consultores pra que eles dizem que ha que despedir uma porrada de pessoal, quando a decisao ja tinha sido tomada antes. O Governo quer e lavar as maozinhas, como fazia o Poncio Pilatos. Nao que assumir culpas do resultado, nem assumir as consequencia dos seus actos. B-A-N-A-N-A-S. Falta-nos um suico ou um alemao pra governar o pais....

E não se esqueçam, quem quer mesmo abortar, aborta e aborta mesmo. O referendo não tem nada a ver com acabar ou não com o ABORTO. Não sejam ingénuos!

E uma pena que a MERDA do consulado aqui em Londres não deixe os emigrantes votar em referendos. Nem nas eleicoes consegui votar porque precisei de marcar entrevista, o que fiz logo, mas a corja que la trabalha nunca se dignou de me responder. SIM, vou-me queixar formalmente sobre isto. Para mim este assunto e muito mais importante do que o palhaço que e eleito pra presidente da republica ou o governo que esta no poder. Este assunto merece muito mais uma viagem a Portugal pra VOTAR SIM.







Esta aberta a discussao!

27 comentários:

T. disse...

Gostei dessa parte do enfunado!!!
Bem não estou nada contra antes pelo contrário: assino por baixo !
E sim sou mãe mas antes de estar grávida do F. nunca tinha estado antes mas apanhei um susto ( a tomar a pílula...) e na altura era a única hipótese, a única possível!! Hoje em dia voltaria a pensar em fazer um aborto mas em situação extrema...
Concordo a 200% com a despenalização do aborto e tal como tu dizes irrita-me a hipocrisia que domina neste país!!!
Gstei bastante do ponto 9...equipara-se à história de ir virgem para o casamento : é pecado mas só se fôr num certo buraquito porque se fôr noutro não há pecado nenhum!!!! Sim eu sei é uma ordinarice mas irrita-me profundamente!!!
Beijinhos

Mocho Falante disse...

olha só tenho uma coisa a dizer....

claro que SIMMMMMM!!!Porra vamos lá acabar com a hipocrisia se faz favor

AEnima disse...

Eu so te digo cilinha... se ganha desta vez o Nao outra vez acho que borro a minha cara com m**&& por ser portuguesa.

Bem, mas eu vim aqui dizer outra coisa. Vou ficar em casa da minha tia (wokingham, pertinho de Reading), ate porque ela esta fora do pais e os filhos tb. Dai procuro ocupacao e poiso conforme o que encontrar.

Reparei nos acentos, estas em pt?

Entao, se eu for ter contigo a chicago, vamos pros copos?

AEnima disse...

cilinha, estou doente:

http://nortepelavida.no.sapo.pt/apresentacao.htm

esta la o meu medico, o melhor medico que alguma vez conheci, estou em tratamento com ele... e como pode uma pessoa com um QI nitidamente muito superior 'a media ser pelo nao? estou chocada.

anne disse...

nem é precisso comentar, no post já está tudo dito e muito bem

Cool Mum disse...

Subscrevo.
Embora tenhas escrito tudo muito bem, é mesmo o parágrafo 5 que interessa.

Mas atão que história é essa de não pensares voltar para a tugalândia?
Temos de falar.

Vivian disse...

Grande post, grande SIM!

NSC disse...

Eu não voto nem não nem sim. É uma posição pessoal que tive no último referendo e a vou manter. Espero que respeitem a minha posição. :-)

Penso também, muito sinceramente, que existem argumentos válidos dos dois lados e por isso mesmo não consigo tomar uma posição firme.

Por fim, penso que está excelente o texto da CK, só não concordando com uma coisa que falas. Não se pode, só porque se é a favor do que o actual governo defende, vir falar que não deveria existir um referendo para resolver a questão. Muito sinceramente, se esta questão foi votada em referendo, só poderá mesmo ser alterada em referendo. Senão, imagina que daqui a uns anos ganha um Governo que é pelo Não. Tem toda a legitimidade para mudar novamente a lei, certo?...


Além do mais, não sei até que ponto estaria garantida a vitória do SIM caso se colocasse o assunto na Assembleia da República... Lembra-te que a maioria tem muitas vozes a favor do NÃO.

Beijinho CK

P.S.: Já estava com saudades de te comentar e peço desculpa pela ausência...

Avelã disse...

mil vezes sim

C_mim disse...

Eu voto SIM porque é um problema de saúde pública...

Actriz Principal disse...

Ainda bem que encontraste o texto e o publicaste.

Sabes o que me deixa sinceramente revoltada? É ver um outdoor pelo não com o slogan "abortar por opção sabendo que já bate um coração?". Parece-me apelo ao sentimentalismo do mais baixo que pode haver. Então será que alguma mulher com um mínimo de sensibilidade irá fazer um aborto de bom grado? Não será para evitar um mal maior: ter uma criança e não ter condições para a criar, por exemplo? Os orfanatos não estão propriamente às moscas...

Não concordo que se veja a IVG como um método contraceptivo (que não é), mas o que está em causa é o não ter de ir a julgamento por um acto já de si suficientemente traumatizante, ora bolas!

Nunca estive grávida, e, como tal, nunca fiz um aborto, mas sei que azares acontecem, já que nenhum método anticoncepcional é 100% eficaz.

E mais não comento, que o blog é teu e eu se quiser tenho o meu espaço para tal.

Fica bem.

Beijos enormes e os meus sinceros parabéns por tão bom post.

Mae Frenética disse...

Ja tinhamos falado sobre isto e confesso q estou agradavelmente espantada com a quantidade de SIMs q por aqui param...
Haja a mesma vontade dia 11

Tita Dom disse...

:-))) surpreendeste-me
Beijocas

Anónimo disse...

O aborto e uma questao complicada.
Poder-se-iam dizer muitas coisas a favor do sim ou do nao, assim como criar muitas solucoes para evitar situacoes piores.
Moralmente e pessoalmente falando sou contra o aborto, isto nao quer contudo dizer que nao sou a favor da sua despenalizacao.
Nao tenho e nao quero entrar nas liberdades pessoais das mulheres que um dia se veem confrontadas com a situacao.
Acredito que nao se aborte de animo leve, como acredito que nao se deveria engravidar de animo leve.
No entanto, e nao sou mulher, ja apanhei o meu susto, mesmo pensando que estava tudo controlado (os acidentes acontecem)... felizmente, como por milagre, tudo se resolveu.

A despenalizacao do aborto, no entanto, deveria ser contextualizada e inserida num meio de politicas que levariam a reducao da sua pratica:
1 - mais e melhor educacao sexual;
2 - distribuicao gratis de preservativos, pilulas, etc... a adolescentes em particular e adultos em geral;
3 - Flexibilizacao das leis da adopcao.

Finalmente, e desculpem-me se abro a polemica, a unica coisa com que nao posso concordar e que tal decisao seja da unica e exclusiva responsabilidade da mae.
Podem dizer-me que a mae e que tem que parar a vida durante uns meses, e que carrega a crianca... mas nao e, nem se deve deixar que seja, a unica responsavel por uma gravidez nao desejada.
O pai deveria ter voto na materia e o aborto so deveria ser despenalizado quando ambas as partes estao de acordo. Da mesma forma, o pai deveria ser responsabilizado (e agora ha formas de o provar cientificamente) por cada gravidez por si causada, mas negada.

Cool Mum disse...

Mail devolvido.
Stop
Favor dar alternativa.
Stop
Aguardo.
Stop

AEnima disse...

deixa-me so acrescentar, se nao te importas:

miguel_meloes: eu ate concordaria que o pai tivesse algo a dizer se tambem criminalizassem todos os pais dos embrioes/fetos abortados por mulheres do mundo que foram julgadas (criminalmente ou so socialmente) por o fazerem.

Mas nao... uma mulher aborta e NUNCA ouvi a opiniao publica dizer: a culpa eh do marido... bate nos putos que ja tem, eh natural que a mulher nao queira trazer mais criancas para sofrerem ao mundo. Ou entao: a culpa eh do namorado... afinal ainda eh uma crianca que vive com os pais e nem sabe se gosta da rapariga, quanto mais sustentar um bebe. NUNCA ouvimos comentarios destes pois nao? NUNCA culpabilizamos os pais, pois nao? Porque raios haverao eles de ter uma palavra a dar acerca de algo que basicamente, (no caso de quem quer mesmo abortar), so lhes pertence na teoria?

Anónimo disse...

Aenima: Concordo com o que dizes.

Para que fique clara a minha opiniao:
- Sou a favor da despenalizacao do aborto mas moralmente contra (isto e, se me visse nessa situacao nao o faria) mas nao sao valores morais o que se esta a discutir.
- Esta lei deveria ser inserida num marco regulatorio mais amplo (como referido no meu comentario anterior)
- Nos dias que correm e facil provar quem e o pai de uma crianca, mesmo na fase inicial da gravidez - desta forma poder-se-a responsabilizar o pai, visto que uma crianca nao se faz sozinha.
- Pela responsabilidade que o pai deveria ter, e pelo facto do acto da concepcao ser responsabilidade de ambos, o pai deveria ter opiniao e a decisao deveria ser tomada conjuntamente.
- Havendo um dos responsaveis que se declare pelo "nao aborto" e havendo discordancia entre os pais, este dever-se-ia declarar responsavel pela crianca e dar opcao ao outro de nao participar na educacao da crianca - ou seja, acho melhor uma familia monoparental do que uma "nao familia"

Em conclusao, se um dia eu e uma mulher engravidassemos, se ela decidisse abortar, eu sentiria que me foram negados os direitos da paternidade que tambem os tenho. Nao me importaria de arcar com a educacao do meu filho a 100%.

AEnima disse...

mas meloes, isso es tu. Portanto se assim acontecesse convencerias a tua mulher a nao abortar e legalmente declararias que tomarias para ti todos os direitos que ela quisesse dar (ou nao quisesse ter) e assim chegariam a uma solucao. Nao podes eh obriga-la a ter uma crianca, quando ela nao quer. Nao podes, nem deves, ou arriscaste a que ela comprometa seriamente o futuro da tua crianca.

Da mesma maneira que, se a lei fosse como desajarias, se a mae quisesse ter o filho e o pai nao quisesse te-lo, entao ela seria obrigada a abortar, porque o pai, comprovado que eh pai, nao deseja a crianca. E nao pode ser assim.

Miguel, eu nunca apanhei "susto" nenhum, mas acredito piamente que neste caso devera ser a mulher a ter a palavra final... claro que ouvindo o pai da crianca (presente que esteja ou nao), mas nunca fazendo algo contra a sua vontade apenas porque eh a favor da vontade do pai.

Parte do meu estudo de tese prende-se exactamente com os graves problemas que mulheres casadas tem, porque os maridos sao os unicos que tem autoridade no seio da familia, logo como os beneficios de ter criancas sao maiores para o pai que para a mae, e os custos de ter criancas sao muito maiores para a mae que o pai, o homem deseja sempre mais filhos do que a mulher (obviamente, que falando em medias). Isto contribui para subdesenvolvimento economico. Quando as mulheres conseguem obter mais poder dentro do seio familiar, o numero de criancas decresce e pode partir-se a dar mais enfase a duas coisas:
- dar mais educacao e conforto as criancas, dotando-as de mais capital humano e perspectivas de um futuro melhor.
- permitir que as mulheres possam seguir com os seus estudos, entrem no mercado de trabalho e tenham carreiras, acumulando capital humano e sendo eficientes.

Estes sao os 2 pontos fundamentais em que se baseia o crescimento e desenvolvimento economico numa sociedade moderna (nao eh na acumulacao de capital ou mesmo tecnologia desenvolvida - esta vem por acrescimo de termos uma sociedade em media mais educada).

Bem, espero que me tenha feito entender o porque da necessidade da lei apoiar a decisao da MULHER, mesmo que esta seja contra a do homem. Obviamente que na maioria dos casos sera sempre tomada de comum acordo. Uma adolescente que se veja apoiada pelo namorado e pela familia eh capaz de nao querer abortar, desistir do sonho de entrar na faculdade aos 18 anos e apenas o fazer quando o puto tiver idade de ficar com os avos durante o dia. Mas se nao tiver este apoio, mesmo que o pai adolescente queira assumir a crianca... so ela pode ponderar bem o que eh melhor para ela e para a crianca que ai vira (ou nao). Um beijinho.

NSC disse...

Não me querendo meter na conversa muito interessante entre os dois:

- Eu penso que o que o Meloes quer dizer é que só seria possível abortar se ambas as pessoas estivessem de acordo com o aborto e não porque uma ou outra o desejassem fazer. E aqui eu concordo em absoluto com o que ele diz. Um filho é fruto do amor ou do momento de paixão (ou sexo) entre duas pessoas. Sendo assim, terão SEMPRE de ser as duas pessoas a tomar uma decisão tão séria como essa. Se eu tivesse um precalço desses e a minha mulher quisesse abortar, posso dizer-vos que me oporia completamente. Não são só as mães que têm direitos. Nós como pais também os temos. E é bom que não se esqueçam disso...

;-)

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

NCS,
E exactamente isso o que quero dizer.
O aborto so deveria ser despenalizado, na minha opiniao, quando os dois (pai e mae)optam por faze-lo.

acad disse...

E agora digam-me, senhores, a mim que vos acompanho já há algum tempo mas que só agora me atrevo a dar a cara, em que medida é que a despenalização da IVG até às 10 semanas aumenta ou diminui os direitos e vontades de um pai?... Não vos parece que aqueles que como vocês miguel_meloes, nsc e outros poucos que conheço, podem "abortar" ou não, ter poder ou não na decisão final do casal, independentemente de a lei ser aprovada ou não?

Se a vossa companheira estiver decidida a abortar mesmo que contra a vossa vontade, fá-lo-á, com a simples diferença de deixar de estar a cometer um crime.

AEnima disse...

obrigada lili,

Eu escrevi aquele comentario enorme a explicar porque eh que decisoes diferentes entre pais nao podem prevalecer, logo o ideal eh que prevaleca a decisao da mae, mas eles ou nao leram ou nao perceberam, porque ninguem refutou uma ideia minha, so voltaram a repetir a sua.

Anónimo disse...

Basicamente, nao acho que a mae tenha mais direito nesta materia do que o pai.
Tambem nao disse que nao sou a favor da despenalizacao.

basicamente o meu ponto e este:
- no referendo, se votasse, votaria sim, mas aqui neste pais nao posso;
- no caso de decisoes diferentes entre os pais, nao entendo porque tem que prevalecer a da mae (assim como nao entendo que num divorcio litigioso, a mae seja favorecida em relacao a custodia dos filhos, mesmo em situacoes em que ambos tivessem sido pais exemplares);
- nao sou a favor de descriminacao positiva e, apesar de ser homem, pertenco a uma minoria e parte da sociedade a quem muitos direitos sao negados e nem por isso luto por descriminacao positiva para no futuro poder ter igualdade de direitos - para mim igualdade de direitos e suficiente e fundamental;
- nao concordo que o facto do custo de ter um filho ser maior para a mulher (nao tem nem deve se-lo) seja razao para lhe dar preferencia na decisao de abortar;
- sendo a favor da igualdade de direitos, nao tendo o direito de exigir a que a minha companheira aborte se nao quiser ser pai, ela tambem nao deveria ter esse direito no caso de o querer ser.

Quanto aos custos, numa sociedade moderna e desenvolvida, serao mitigados com apoios e repartidos entre o casal e demais familia.
No caso em discussao (diefrenca de opinioes entre pai e mae) este factor nao se poe, porque se a mae nao quer o filho mas sim o pai, este deve assumir a educacao da crianca deixando a mae livre para continuar com estudos/carreira - resumindo-se o custo da mae a 2/3 meses.

Finalmente, a razao dos maiores custos para a mulher ser a principal razao para uma adolescente praticar o aborto elhe dar direito sobre a posicao do pai, parece-me exagerada. Claro que e um ponto que entra no processo decisivo, mas pesara mais o facto de uma adolescente se ter que apresentar gravida em publico e um temor da adolescente e familia de serem estigmatizados pela sociedade. Neste caso, a pratica do aborto e contraproducente pois a nao visibilidade do numero de adolescentes gravidas leva a que este estigma tarde em desaparecer.

calamity jane disse...

acho q estou cansada de falar de falar sobre este assunto. e como já fiz loooongos comentários nos blogs da Carla e Repolha e no da Rute Bruno sobre tooooodos os motivos pelos quais voto sim e pelos quais considero, como tu, o voto não e as suas respectivas campanhas, defensores e partidários uma gigantesca hipocrisia e uma cambada de hipócritas, respectivamente, desta vez vou-me abster de comentar... e com esta, já o fiz!
tou aqui mas é pra te enviar um bj gd e dizer q espero ver-te mt em breve! (vens pra votar???)

AEnima disse...

meloes: os custos de ter filhos em termos economicos vem-se em termos de custos de oportunidade. Para ter filhos uma mulher sai do mercado de trabalho, eh vista como empregada potencialmente "periogosa" pois o empregador la tera que ficar sem ela pagando-lhe o salario na mesma durante x meses. Muitas das mulheres para casarem e terem filhos nem sequer pode prosseguir os estudos. Ja para nao falar nos custo de saude.

Os custos sao obvios e mais que estudados e documentados. E custa-me que nao compreendas, mas paciencia, nao posso andar aqui a tentar mudar pensamentos que nao querem.

PS - li o teu comentario no meu post. Se puder ser-te de alguma utilidade (informacoes daqui, etc etc, avisa-me)

Ck in UK disse...

Gotsei muito que finalmente o pessoal tivesse comentado.

Sorriso - ficaste surpreendida? porque?

Gostei de ver tanto homem tao empenhado. Confesso que a gravidez e o aborto afectam mais a mulher que o homem, mas tambem e verdade que o homem tem que ser ouvido. Acredito que muitas das mulheres que abortem o facam por pressao dos maridos/namorados/etc. Nao consigo imaginar muitas mulheres a abortarem quando tivessem o apoio do parceiro pra criar o beb. Mas e possivel que haja mulheres nesta situacao.

Mas como eu disse, muitos de voces fugiram ao assunto e cairam na esparrela de falar do aborto, e nao do que vai a votacao! Gosto muito da polemica ou discussao que aqui se gerou, mas e importante nao confundir as coisas. Porque gente confundida ja ha ca muita.

Em relacao a hipocrisia que tambem muitos de voces falam, enfim, e a merda que e!

PS - Meloes, ainda hoje, as mulheres prescindem de muito mais pra ter filhos que os homens. Ha paises em que as coisas estao melhores, mas mesmo assim ainda nao e 50-50. Nao te esquecas que quem carrega a crianca e a mulher. Um homem pode ter quantos filhos quiser e estar no trabalho no dia seguinte, nao precisa de tirar tempo nenhum. A mulher precisa, nem que seja pra recuperar do parto. E a diferenca salarial esta ai a vista. Pra alem da progressao na carreira, etc. AS coisas estao a mudar, mas ainda nao mudaram completamente.

Continuem a debater, que eu gosto.

Beijos a todos